terça-feira, 10 de novembro de 2009

Ruas da Amargura

"Ruas da Amargura" é um filme/documentário português sobre a pobreza e os sem abrigo nas ruas de Lisboa, em exibição em circuito comercial apenas em cinco cinemas.

Não é a história do coitadinho, não é uma lição de moral... São, acima de tudo e antes de mais, pessoas! Pessoas com vidas e vidas com pessoas. Histórias, percursos, vivências, reflexões. Vidas que se tranformaram de diferentes formas, que reconhecem o seu percurso, que o assumem e que tentam (ou não) retomar trilhos perdidos...

Dá que pensar a frontalidade com que são assumidas as opções, a consciência de caminhos tomados, a lucidez esclarecida dos pensamentos...

O trailer está disponível no YouTube, mas, pessoalmente, não acho que seja um bom reflexo ou apresentação do filme. O trailer parece a montra do pobrezinho ou o desfile das desgraças. O filme vai muito além disso pois torna-nos familiares desses "coitadinhos" do trailer que afinal têm vida e histórias de vida.

Queria deixar-vos com "La Bohème" - porque sim! vejam o filme! - e nas buscas de um vídeo encontrei uma versão nossa, pela fadista por Mafalda Arnauth. No entanto, não a consigo publicar aqui, por isso ouçam no imeem.

cartaz

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

FIMP - Porto

O FIMP - Festival Internacional de Marionetas do Porto - está de volta às ruas e aos teatros, este ano centrado na Cordoaria. É a magia do teatro de marionetas, mas também da música, da dança e do novo circo.


A começar hoje e durante uma semana, para uma escapadela no fim do trabalho ou um programa diferente depois de jantar, o FIMP traz-nos espectáculos para todos os públicos em espaço livre ou plateia fechada, em pequenas apresentações ou espectáculos mais elaborados.

domingo, 30 de agosto de 2009

Festa do Avante - Seixal

O espaço é qualquer coisa entre uma mega Queima e uma mini Expo nacional. Amplo, com pavilhões montados representando cada distrito do país. Mostra-se a cozinha, o artesanato, as musicalidades e as gentes de cada terra. Num formato mais reduzido, há também a representação internacional de países essencialmente com uma presença comunista activa. Há ainda alguns pavilhões temáticos, espaços de feira e, claro, os palcos espalhados por todo o recinto, cada um com a sua "função". Tudo isto vai sendo acompanhado de espaços relvados e algumas sombras onde se pode sentar e desfrutar ou apenas descansar.


“A vida são dois dias e o Avante são três” lia numa t-shirt. É isso mesmo. Alegria, diversão, companheirismo, uma mescla de diferenças ultrapassadas por três dias em que somos todos “camaradas”! É que somos mesmo - o “camarada” não é só um mito! Destaco também a organização, cooperação e esforço por parte dos que realmente lá trabalham nesses três dias e no mês que os antecede. E, com o aproximar da noite, não vou dizer que não se bebam uns copinhos a mais, mas até em estado ébrio não se perde o espírito. É que, em vez de lhes dar para a parvoeira e para o disparate gratuito, dançam atrás das gaitas de foles e dos tambores ou cantam de volta de uma mesa sempre bem regada...

E tudo isto é o Avante... uma espécie de micro-mundo limitado no tempo e no espaço onde ainda podemos ser idealistas! É claro que é assumidamente uma festa política, mas, em querendo, e sem grande esforço, a politiquice pode passar-nos completamente ao lado.

Nota: E não, não se comem criancinhas ao pequeno almoço!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Noites Ritual Rock - Porto

Esta semana temos mais uma edição das Noites Ritual nos jardins do Palácio de Cristal (Porto), com entrada é livre (à semalhança do ano passado).


Em época de festivais, este apresenta-se com um conceito diferente: dois palcos que se completam sem concorrerem entre si. Em cada uma das duas noites, seis grupos actuam alternadamente no palco principal (mais mediático com os nomes "maiores"), montado no "átrio da entrada", e no Palco Ritual (mais alternativo com novos projectos), que ocupa a concha acústica do jardim. Enquanto num palco se toca, no outro fazem-se as montagens do material para o grupo seguinte, o que elimina, por completo, os tempos mortos de espera entre bandas, e cria uma espécie de romarias de um palco para outro. A envolvência nocturna do jardim é também um ponto a favor. Quanto ao cartaz, prima - digo eu! =) - por ser, sempre, 100% português. Fotografia e projecções acompanham ainda paralelamente este evento musical.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Flash Project (p725)

Apesar de me parecer um evento organizado por potenciais gunas para fazerem "captação" de equipamento fotográfico aqui fica a dica para a missão p725:

A Mission p725 é a primeira missão do Flash Project e irá decorrer no Porto (p) no dia 25 de Julho (725), ás 24h na ponte D.Luis. O encontro será a partir das 23h em frente ao Palácio da Bolsa.
Fonte: http://flashproject09.blogspot.com/

Parece-me uma destas modas de agrupar perfeitos desconhecidos com uma paixão comum através da internet Mas pode valer a pena se tiverem uma maquina digital profissional para gabar ou simplesmente uma classica camara com um rolo de 28 fotos.

Aqui fica a sugestão.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

rewinders

despertar o sótão nasceu há pouco tempo e é uma organização sem fins lucrativos que pretende estimular culturalmente alguns espaços esquecidos do Porto. O primeiro evento — «rewinders» — já está agendado para 18/Julho (sáb), pelas 21h30, nos espaços JUP (Rua Miguel Bombarda, nº. 187) e apresenta-se assim:
Uma primeira parte que contará com diversas surpresas. A meninice estalará, certamente, entre um delicioso teledisco, alguns anúncios e desenhos animados. O filme é para se (re)ver em conjunto: AEROPLANO!

Por fim: a banda sonora das três últimas décadas a juntar ao bar com bebidas a preço baixo pela noite dentro, dá o mote para toda uma noite de conversa.

E se a entrada é gratuita, por que haveria de faltar?



cartaz

domingo, 12 de julho de 2009

Uma Casa Portuguesa na Casa da Música

A Casa Portuguesa da Casa da Música (Porto) está de volta, este ano em formato alargado (de 8 Jullho a 2 Agosto) miscigenado com o Verão na Praça. O tema da temporada 2009 é o Brasil, que assim se junta a esta portugalidade.

Faz dois anos que Casa Portuguesa saiu à rua e montou arraiais na Praça. Frio... muito frio fez na altura. No ano passado, voltou para dentro de portas. Este ano está de novo na Praça, mas com um pequeno mimo: distribuição gratuita de mantas da Super Bock! Fiquei maravilhada - é que ali à noite faz mesmo frio! Um agradecimento sincero à organização e ao patrocinador. Resultado final: uma plateia toda coberta pelo vermelho das mantas. «Uma gracinha!» - dizia um dos convidados da noite. «Assim nem é preciso perder tempo a escolher a roupa para vir ao concerto» - dizia a senhora tia ao meu lado.

Entrando pela Casa propriamente dita, na 5a feira assisti a:

- Pauliteiros de Miranda: a tradição portuguesa que teima em não desaparecer. Lhaços tocados por duas gaitas (surpreendentemente, abrindo com uma mulher a tocar!), uma caixa e um bombo, dançados pelos oito bailadores (homens), acrescidos de uma dança mista com uma quadrilha de pares a bailar o Repasseado. Apresentações com algumas explicações dos nomes, temas e parte das letras mirandesas, pena não ter sido integralmente em mirandês - lembranças dos Galandum (que estão a tocar esta noite na Praça)...


- Hamilton de Holanda (quinteto) : um jazz chorado, um choro jazzado, com muita sonoridade à mistura. Não conhecia, fui no escuro, mas foi uma boa aposta. Visual descontraído, conversa apaixonada de brasileiro irmão. Em palco o bandolim (de 10 cordas) de Hamilton, uma harmónica, uma guitarra, um baixo e uma guitarra. Na espectativa dos primeiros momentos, sou surpreendida pela sonoridade do jazz - sinceramente não estava à espera. O bandolim e a harmónica não faziam parte do meu universo jazzístico - como eu sou ignorante... Gostei! Uma vez que a Casa é Portuguesa, aos convidados estrangeiros é pedida uma interpretação de um tema português: Hamilton tocou a solo no seu bandolim Serenata de Carlos Paredes e, em colaboração com a percussão de Naná Vasconcelos, Canção do Mar celebrizada por Dulce Pontes.
Hamilton de Holanda volta a Portugal no fim do ano (4/Dez) para tocar em Lisboa com Richard Galliano - uma combinação que promete!

Quanto à Casa, continua a dar música até ao fim do mês, com o meu (pessoal, claro!) destaque para Galandum Galundaina (hoje à noite) e Laginha e Sassetti (dia 25). Os bilhetes variam entre os 10€ e 15€, havendo um passe de 30€ para quatro concertos à escolha.

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segunda-feira, 6 de julho de 2009

WOK

[Lisboa, Maio/2009]
A sala principal do Teatro da Trindade (Lisboa), longe de estar cheia, recebeu WOK - um espectáculo de percussão sob a chancela dos Tocá Rufar. Seis elementos em palco dão conta de uma série de bombos, bombinhos e bombões. Coordenação fantástica de som e movimento nas baquetas, nas mãos, nos braços, nas pernas, no corpo, na cabeça,... Uma coisa me impediu de apreciar o espectáculo como devia: os fatos! Era suposto representaram tribos do futuro, portanto, uma mistura de negros e coloridos, de licras e cabedais, de cabelos florescetes e máscaras escuras. Não gostei dos fatos! Ou melhor, não gostei do enquadramento: não consegui uma ligação pacífica entre o "futurismo" das roupas e a tradição dos instrumentos. Acho que só ultrapassei a estranheza no "convívio" final. O "chefe" da tribo, sem nunca falar língua de gente, convida ao palco alguns elementos da plateia ensaiando meia dúzia de ritmos - momento bem acolhido pelos artistas de ocasião, gerando situações bem divertidas para toda a casa. A colaboração final com "palmas de repetição" de todo o público foi muito bem conseguida e as palmas de encore soaram ainsa bem ritmadas em jeito de lição bem estudada.

Ainda em digressão: Guarda, Mafra, Moita, Trofa, Vagos, Açores, Grândola, Alcochete.

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sábado, 30 de maio de 2009

Serralves em Festa

Desta vez para festejar 20 anos este fim de semana durante 40 horas e com mais de 80 eventos Serralves encontra-se em festa.

Aproveite para visitar este local tanto mais que a entrada até é gratuita.
Depois lembre-se de deixar o seu comentário aqui a respeito da sua experiência em Serralves.

Bom fim de semana

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Laginha e Sassetti em Matosinhos

Recuando até ao mês passado, venho falar do meu concerto da noite de 24 de Abril - sim, porque, se há alturas do ano em que há (bons) concertos é em Abril! Fui, então, a Matosinhos ouvir o projecto "Grândolas" de Mário Laginha e Bernardo Sassetti.

Antes de qualquer apreciação artística, impõe-se uma imagem visual: dois pianos bem ajustados, de um lado Sassetti mergulhado nas teclas, corcovado sobre o piano com a cara tapada pelo cabelo, do outro Laginha alheado do teclado de olhos fechados e cabeça bem no ar. Tenho de confessar que me custou um bocado desligar o quadro que tinha à frente da imagem de dois autistas sentados ao piano...

Tocaram Zeca Afonso, trabalhando, com arranjos pessoais e divagações temáticas, sobre melodias conhecidas: "Os vampiros", "Venham mais cinco", "Um redondo vocábulo" - como eu gosto desta música! -, "Grândola". Apresentaram também originais seus. Alguns olhares de passagem e um sorriso numa improvisação inesperada (suponho!) foram a pouca transparência de uma cumplicidade introvertida. A palavra descontraída ao público revelou o prazer do trabalho conjunto, mas faltou(-me!) a imagem visual dessa tarefa conjunta que se perdia nas teclas de cada um...

Foi uma noite de Abril de íntimos diálogos sonoros...

[Grândolas toma vida novamente em Julho no Castelo de S. Jorge (Lisboa), dia 10 às 22h.]

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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Wonderland em Matosinhos

A produção mais recente do Teatro de Marionetas do Porto chama-se Wonderland e tem por base as histórias da Alice no País das Maravilhas. As marionetas têm algo de fascinante: se, por um lado, há momentos em que me consigo concentrar apenas na "vida" do boneco, por outro, dou por mim a observar as manipulações dos artistas por si só. E Wonderland combina muito bem estas duas facetas: os cenários, os adereços, as luzes, as disposições e movimentações levam-nos ora ao boneco, ora ao artista sem que nessas passagens haja qualquer tipo de estranheza - é a naturalidade anti-natural do non-sense do espírito de Alice.

Apenas quatro pessoas em palco fazem a festa toda, desfilando à nossa frente Alice, o Coelho Branco, o Chapeleiro e a Lebre, o Gato, a Lagarta, Tweedledee e Tweedledum, a Raínha e até os flamingos do criquet. Pouco texto (falado em inglês, com excepção das falas de Alice), alguns momentos musicais e, acima de tudo, a riqueza criativa dos quadros vivos e dos movimentos impossíveis. Foi uma hora bem preenchida que deixou o desejo de mais...

A peça (M/12) está em exibição no Cine-Teatro Constantino Nery (Matosinhos) até dia 24/Maio (5€) e depois vai à Guarda e Montemor-o-Novo.

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sábado, 9 de maio de 2009

Fábrica Braço de Prata - Lisboa

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A Fábrica Braço de Prata é um espaço cultural multifacetado. Várias salas, com diferentes apresentações artísticas, com bar/restaurante e... livrarias. Ocupa uma das antigas fábricas de Poço do Bispo (Lisboa), por trás da Praça 25 de Abril. Para dentro dos muros, um espaço aberto recebe as viaturas dos visitantes e uma esplanada dá as boas-vindas ao bom tempo. Subindo as escadas, entramos em corredores com quadros, salas com mesas e estantes com livros.

A constância dos livros no restaurante, nas salas e nos corredores são uma marca do espaço. De resto, concertos, exposições, cinema, workshops, poesia ou debates em simultâneo em diferentes salas contribuem para o fenómeno dos públicos inesperados que no fim do jantar assistem ao concerto na sala Nietzsche ou que a caminho do workshop na Visconti apreciam a exposição do corredor.

É uma espécie de Contagiarte (Porto) mas... com um ambiente menos 'vicioso' e um espírito, de certo modo, mais elitista...

As danças tradicionais encontram aqui o seu espaço nas primeiras e terceiras 4as feiras de cada mês, a partir das 22h (mais hora menos hora!), com o som habitual de DJ Matt ou em pequenos concertos mais ou menos habituais, entre a sala Visconti e a Prado Coelho. É um espaço descontraído para os bailadores habituais, mas que, não obstante os que se sentam a beber um copo atraídos pela música, não conquista activamente muitos curiosos inesperados. Apesar de todos serem bem-vindos, é, neste campo e acima de tudo, um ponto de encontro de amigos.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Batalha de almofadas


Dia 4 de Abril de 2009, às 18h00 em ponto, nos Aliados

Mais informações aqui

domingo, 22 de março de 2009

Noites Folk - Contagiarte


As Noites Folk foram durante o ano passado a minha visita mais regular do Contagiarte: todas as 5as, na cave, (já pela madrugada dentro) dança-se ao som do DJ Osga. A música não é tão tipificada como noutros espaços de baile - nem toda a música folk tem passos base e coreografias pré-definidas, às vezes a ideia é apenas soltar e deixar ir, saltando livremente como se não houvesse amanhã! O espaço é pequeno para tanta gente, mas não é assim tão, tão complicado... é outro espírito! Pessoalmente, não posso "bailar" só disso, mas é um bom espaço de descontracção...

A miscigenação da casa, faz com que, para além dos habituais bailadores, haja sempre!!! mas sempre!!! gente nova, e haja sempre gente que não sabe dançar. E, para além dos que até querem aprender bases, movimentações e variações, há os que nem por isso, sem que isso seja motivo para não dançar, saltar ou mexer como bem lhes apetece. Tudo isto muito bem aconchegadinhos no espaço possível. É o admirável mundo novo das danças... em meio metro quadrado de espaço! =)

Não é o local ideal para disfrutar de um baile bem organizadinho sem encontrões ou pisadelas, mas é um espaço descomplexado e bem animado onde se pode tudo... assim que se arranje espaço para tal! =)

foto: Hugo Lima

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Tomasz Kostecki

O nome não deve dizer nada a ninguém. Mas este artista Polaco inspirou-se na história de Portugal para fazer uma das suas exposições.

Os seus quadros enaltecem as viagens de novos mundos realizadas pelos Portugueses na época dos descobrimentos. Podemos ver cenas da Índia, Japão, Indochina, Brasil e África bem como heróis como o Infante D.Henrique, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães.

Vale a pena ver também o resto das suas colecções. Disponíveis em: http://www.kostecki.de

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Contagiarte - Porto

O Contagiarte - Contas, para os amigos - é um espaço alternativo que concentra diversas formas de expressão artística: a música (nas suas mais variadas vertentes), a dança, a literatura, o teatro, o cinema, a pintura, a fotografia... com concertos, performances, workshops, exposições... Bem no centro da cidade do Porto, ocupa uma casa antiga, estreita, com vários pisos e um jardim nas traseiras. Soalho de madeira, uma escadaria central, tectos trabalhados,... Do exterior, a menos da pintura na parede que anuncia explicitamente CONTAGIARTE, é apenas mais uma das casa no enfiamento da Rua Álvares Cabral (já perto da Praça da República). Mas por trás desse aspecto discreto exterior está todo um mundo de vida artística e cultural...

Os diferentes pisos suportam diferentes espaços onde decorrem, muitas vezes em simultâneo, diferentes espectáculos ou expressões artísticas. E, além da agenda mensal, há também uma espécie de noites temáticas semanais onde cada sonoridade tem o seu dia marcado - o meu destaque vai [claramente!] para a 5a feira ao som das Noites Folk.

A multiculturalidade do espaço origina um fenómeno engraçado que é o cruzamento de interesses. Temos as fotos ou quadros que nos acompanham no percorrer natural dos corredores da entrada para o bar ou até na escadaria apenas a caminho da casa de banho. Mas também alguém que só passou por causa do concerto no primeiro piso, acaba por ir espreitar o som que ecoa da cave. Ou um copo descontraído no bar do piso 0 pode coincidir com um baile no jardim, e até se vai dar um pezinho de dança. Já lá vi poesia, dança contemporânea, jazz, reggae, folk, forró,... concertos, bailes, exposições,... - nem tudo planeado de forma antecipada. É uma casa diferente... com gente diferente, onde se vão descobrindo novos espaços e novos ambientes...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Darwin - Big Idea Big Exhibition


Recomendo muito a visita a este evento. Uma excelente exposição sobre o homem e a sua grande ideia que revolucionou a Ciência e consequentemente mudou o modo como vemos a vida e o mundo, hoje.

Bastante acessível para toda a gente, mesmo para alguém com poucos conhecimentos em biologia, e no entanto, com informação capaz de ainda surpreender os mais informados sobre a área.

É apresentado de um modo agradável. A exposição tem desde textos descritivos, imagens e esquemas bastante intuitivos, manequins de animais, objectos onde o visitante é convidado a mexer, vídeos, cadernos/apontamentos originais de Darwin, etc. O visitante, conforme a sua curiosidade, tanto pode ver a exposição em 20 minutos, como demorar mais de duas horas.

Um defeito que aponto, é a iluminação. Em certas partes da exposição, temos dificuldade em ler ou ver o que nos é apresentado.

Imperdível.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Cantinho de Portugal London

O restaurante de que vos vou falar é o Cantinho de Portugal de Londres. Numa cidade onde o melhor sitio para comer é em casa (devido ao preço e qualidade), é bom saber onde de vez em quando podemos dar por bem entregue o dinheirinho que gastamos na comida. Neste restaurante, não só tem uma excelente cozinha, como a ementa abrange variadas refeições tipicamente portuguesas. O ambiente é bastante agradável e o atendimento bastante rápido e acolhedor. Um fantástico sítio para matar saudades dos petiscos e da hospitalidade portuguesa.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Darkly Dreaming Dexter


Bem, tenho tentado prometer-me a mim mesmo que escreveria aqui mais uma crítica.
Infelizmente tenho andado atrasado nas minhas leituras.
Mas entretanto tenho uma coisa guardada na gaveta à já algum tempo. Vou hoje portanto fazer uma crítica dupla.

Darkly Dreaming Dexter (2003) Amazon:4/5
Dexter IMDB: 9.1/10


Comecei a ver inicialmente esta série que nos faria que pode até suscitar semelhanças entre o Dexter e o Dr. Hannibal Lecter mas em Dexter sentimos uma maior descontracção a observar um serial killer com trabalho, enquadrado na sociedade, com relações familiares (irmã, amigos e namorada)... Faz-nos até pensar em nós próprios, certo?
Dextar foi adoptado em criança por um policia, que reparou que este jovem era diferente. Sem emoções! E com um desejo oculto. Matar. O pai adoptivo ensina-o a mostrar uma falsa aparência, que lhe permite interagir, e da-lhe um código. Matar apenas aqueles que merecem!
O livro "Darkly Dreaming Dexter" é o equivalente televisivo à primeira série de Dexter. Com algumas diferenças leva-nos a querer seguir as duas linhas ténues de leitura, áudio-visual. Em ambos os média, a personagem é o narrador, mostrando a ausência de sentimentos mas tentado manter as aparências, e , no livro, a sua sede é apresentada como uma voz interior, o "Dark passanger", que ele tem que acalmar ou satisfazer.

Tanto o livro como à série são excelentes do meu ponto de vista e tirando as diferenças, provavelmente para manter as audiências étnicas, são bastante semelhantes e nada deixam a desejar um em relação ao outro.

Recomendo vivamente ambos.

L'Herbe Folle no Contagiarte

Ontem a pequena sala do Contagiarte encheu-se para um grande concerto - L'Herbe Folle - muito bom! Eu não os conhecia, ouvira apenas um cheirinho das músicas no site de grupo que me tinha agradado. São franceses e tocam... acústico, alternativo, jazz - com anuncia o MySpace.

Nas guitarras a expressividade, nos baixos a descontração, nos sopros a critividade, nas percussões a energia e em todas as vozes uma alegria contagiante. Todos juntos com um harmonia deliciosa e divertida.

Chama a atenção a baterista que, no meio dos três homens, assume o papel de faz tudo, saltando de instrumento para instrumento, sem nunca descurar a presença da voz - isto salta à vista, face ao papel habitual de vocalista da mulher no meio de um grupo de homens.

Voltando ao concerto... muito, muito bom! Tocaram duas horas para uma plateia comprimida no espaço que absorveu cada momento, não deixando de se manifestar num reflexo natural da entrega divertida e profisional vinda do "palco". "Terminado" o concerto, regressaram para mais duas ou três músicas, com o público já em pé a libertar a vontade de mexer, de dançar, de saltar. Fecharam a capella, com a plateia novamente sentada num respeitoso silêncio a acalmar o espírito e a interiorizar aquilo que foi um grande concerto!





Depois do Maus Hábitos, do Pinguim e do Contagiarte, antes de partirem para Espanha, tocam mais uma vez no Porto: hoje às 23h30 no Microponto [R. Alegria].

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Sérgio Godinho em Águeda

Ouço Sérgio Godinho desde que me lembro! Não foi uma descoberta minha, é uma espécie de herança familiar que fui acolhendo de forma natural e continuando de forma consciente. Mas, para além dos LP's, cassetes e CD'S lá da casa, os concertos são algo que me fui habituando a apreciar. Em palco, SG fala além dos sons e das palavras, fala com as mãos, com os olhos, com o sorriso,... com as rugas. Deixa transparecer a teatralidade das suas letras, com gestos e movimentações dando vida a personagens, envolvendo a melodia, acentuando as diferenças de ritmo e interpretando as diferenças de espírito. É um músico que gosto de ouvir na intimidade dos pequenos concertos ou no meio de uma plateia calorosa.

Em Águeda, no mês passado, a sala do Cine-Teatro S. Pedro estava esgotada e mais gente teria se mais bilhetes houvera - enquanto estive na entrada várias pessoas chegaram ainda à procura de bilhete já inexistente. Lá dentro, já só com alguns lugares no balcão, a distância era grande e a visibilidade reduzida o que fez com que optasse por ver o concerto em pé junto às escadas laterais, que se foram preenchendo de gente. Custou um bocado a aquecer a plateia durante as primeiras músicas, mas a coisa compôs-se e ao meu lado começaram-se também a ouvir os refrões e as palmas nos momentos mais dinâmicos. À minha frente gritavam-se ainda algumas palavras de ordem de outros tempos (ou não!) - inevitável em concertos desta geração.

Sérgio Godinho apresenta os seus espectáculos mais recentes na mesma linha do Nove e meia no Maria Matos - o CD ao vivo que resultou de uma série de concertos no teatro da capital há uns tempos atrás. Assim, ouviram-se alguns clássicos, como Com um brilhozinho nos olhos ou Primeiro dia, apresentaram-se as canções recentes, como Às vezes o amor ou Marcha centopeia, recuperaram-se velhos temas com novas vestes, como Dias úteis ou Arranja-me um emprego, e do público pedia-se aquele ou o outro tema deixado para trás... ao meu lado gritava-se, em vão, Domingo no mundo e Cão raivoso.

Deixo-vos com É tão bom - canção d'Os Amigos do Gaspar, recuperada para os concertos há dois ou três anos, perante inesperados pedidos do público.




O próximo concerto é já no sábado em Almada e seguem-se (durante mais três meses) Lousada, Lagoa, Sesimbra, Arcos de Valdevez, Guimarães e Vagos.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Filme da semana: Revolutionary Road

Título: Revolutionary Road
Actores principais: Leonardo DiCaprio e Kate Winslet
Nota no IMDB: 7.9/10

Aí estão eles, a dupla terrível do Titanic, novamente juntos. Nesta noite do cinema cabe-me a mim fazer o resumo deste filme. Esta é a minha primeira crítica neste blog (do qual não gosto nada do nome, mas isto é outra história) por isso não sejam muito duros. Pode-me ter escapado alguma coisa.

Este é um filme bla bla bla... bla bla bla, bla bla. Bla bla blaaaaa, bla blabla bla, blablabla bla bla bla bla. Bla bla! Bla blablabla? Bla! Blablablablablabal...

(onde está o iceberg?)

bla bla bla blaaaaaaaa! Bla! Bla! Blabla? Bla! Bla? Bla bla!

- Bla bla! Bla, bla, bla...

(cai um pano e aparece os seios de uma gaja)

Bla bla bla, bla bla.

(zzzzzzzzzzzzzzzzzzzz)

Bla, bla, bla, bal, bal. BAL? BAL? Bla! Bla.

(O maluco é a personagem mais fixe do filme)

Bla bla bla... Bla

(Não, o maluco está a ir embora!!!)

Bla bla bla bla bla bla bla bla bla!!! Bla! Bla? Bla! Bla?

Bla!

The End

P.S: Este texto foi realizado sem copy/paste.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Jonathan Strange & Mr Norrell

Autor: Susanna Clarke
Data: 2004
Língua: Inglês (recomendado)
Amazon: 4
Ficção, Histórico, Fantasia

Imaginem que alguém conseguia juntar os mais obscuros de Magia! Não apenas o Livro de S.Cipriano, mas os mais raros que só são encontrados nas bibliotecas das velhas mansões europeias, e usar isso para se tornar no único, verdadeiro mágico do mundo. Até que aparece uma segunda personagem que tem uma propensão natural para ser mágico e se torna no seu discípulo. Rapidamente o discípulo ultrapassa o mestre e acabam por se envolver mais na Magia do que estavam à espera.

Passado numa Inglaterra (e não só) que tenta libertar-se da ameaça Napoleónica, esta história retrata fielmente a paisagem europeia dessa época e assume um novo recontar da história das invasões francesas com um elemento novo: a Magia.

"They had been recommended to a hotel in Shoemaker-street which belonged to a Mr Prideaux, a Cornishman. Mr Prideaux's guests were almost all British officers who had just returned to Portugal from England or who were waiting for ships to take them on leave of absence. It was Mr Prideaux intention that during their stay at his hotel should feel as much at home as possible. In this he was only partly successful. Do whatsoever he might, Mr Prideaux found that Portugal continually intruded itself upon the notice of his guests. The wallpaper and furnishings of the hotel might all have been brought originally from London, but a Portuguese sun had shone on them for five years and faded them in a peculiarly Portuguese manner. Mr Prideaux might instruct the cook to prepare an English bill of fare but the cook was Portuguese and there was always more pepper and oil in the dishes than the guests expected. Even the guests' boots had a faintly Portuguese air after the Portuguese bootboy had blacked them."

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A lenda Ð Martim Regos

Autor: Pedro Canais
Data: 2004
Língua: Português
Romance

Este livro, escrito no mesmo estilo da Peregrinação de Fernão de Mendes Pinto (demora um bocado a habituar a leitura), relata as aventuras de uma vida de um Ribatejano que foge, ainda novo, para o Reino de Granada onde aprende a cultura islâmica. Volta a Portugal e torna-se explorador secreto ao serviço da corte, visita o médio Oriente, a Itália, a Holanda, o Brasil, explora África, Índia, Indonésia.

É esta a história do legendário Português que terá inspirado Thomas More a escrever a Utopia.

Carregado de personagens históricas: De D.João II a Américo Vespúcio, Francisco de Almeida, Afonso de Albuquerque, D.Manuel I, Gil Vicente e Abu 'Abd Allāh Muhammad XII. Um romance que vale a pena ler, carregado de história que mostra Portugal e o mundo entre 1453 e 1540.

Aqui fica um excerto:

Foi então com minha alma muito leve que entrei na câmara d'El-Rei, e que lhe falei com muito bons modos: "Senhor, já Cristóvão Colombo foi a Castela."
E porque mais levava ainda em meu coração para lhe dizer, segui falando: "Senhor, deixai-me ir saber por terra como há-de vossa senhoria mandar alguém ao descobrimento do caminho da Índia por mar."

Filme da semana: Warlords


Ano: 2007
Origem: China | Hong Kong
IMDB: 7.3
Duração: 110m
Acção, Drama, Histórico, Guerra


Eis um filme que quase dá para dormir. Quase porque no meio dos pedaços para dormir há tanta, tanta violência que era capaz de meter dó aos mais perigosos prisioneiros de Guantánamo.

Quem espera ver um filme com chineses a aplicar fantásticas artes marciais, saltos que fazem os records olímpicos parecerem coisas de crianças e especial quem está a espera daqueles filmes do tipo shaolin não vá ver este filme. Quem espera ver lanças a entrar pelo corpos, membros a serem arrancados e mortos, muitos mortos então este é o filme ideal. Está curioso em saber a quantidade de mortos? Some os mortos de Rambo 1,2,3, Bambi, Predador e Fim-de-Semana com Morto e tem: uma cena de 5 minutos no meio deste filme.

A história do filme não é má, sempre é melhor pagar para ver este filme que, sei lá, o Amália. É baseado em dados históricos e passa-se numa China em Guerra Civil (1870). A personagem principal é interpretada por Jet Li, que dá vida a um guerreiro sem escrúpulos. Também em papéis principais Andy Lau, Takeshi Kaneshiro (formam a irmandade guerreira com Jet Li) e Jinglei Xu (papel de esposa da personagem de Takeshi Kaneshiro).

Um grande aparte, houve um cena com cortinados de puro non-sense, que até me levou a verificar se algum dos Monty Python foi argumentista neste filme, não foram, mas os argumentistas estiveram muito bem. Aconselho a verem o filme Kung Pow antes de verem este, vão se divertir bastante mais.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Restaurante La Mafia Se Sienta A La Mesa

Localização: Rua Brito Capelo 1133 - Matosinhos
4450-078 MATOSINHOS
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Telefone: 229378896

Estive lá recentemente, neste Natal. Não me esquecerei porque o aquecimento estava avariado e estava tão frio que quando a pizza chegou à mesa, já vinha fria (não estou a exagerar). Em suma isto descreve a minha experiência, para além de que não tinha nada de extraordinário. É apenas mais um (franchising) restaurante Italiano, com espaço suficiente para grupos.
O atendimento foi simpático e posteriormente, derivado da minha queixa, mais alguma troca de email, ofereceram um desconto na próxima visita.

The Melancholy death of Oyster boy & other stories

Autor: Tim Burton
Data: 1997
Língua: Inglês (recomendado)
Amazon: 4.5

Um pequeno livro com pequenos contos que se lê em 15 minutos. Mas estes não são contos de se contar ao seu filho. São versos macabros em que as personagens sairam da mente do autor de Eduardo Mãos (1990) de tesoura ou Nigtmare before Christmas (1993).

Não consigo resistir a deixar aqui um pequeno excerto, o meu favorito:



Unwisely, Santa offered a teddy bear to James, unaware that he had been mauled by a grizzly earlier that year

Infernal Affairs - Infiltrados (2002)

Ano: 2002
Origem: Hong Kong
IMDB: 8.1
Duração: 100m
Acção, Drama

Um policia infiltrado num grupo criminoso e um criminoso infiltrado na policia. O objectivo é de encontrarem um ao outro. Um policial bem à moda asiática onde a personalidade das personagens é mais detalhada, a serem mais aprofundadas tornando um bom policial num drama onde as personagens tentam encontrar-se a si próprias. Seguramente um filme que vale a pena ver.

Este filme valeu ainda um remake, The Departed (2006), bem à moda de Hollywood que tem de fazer remake de tudo o que é bom (e não só), apesar de que ainda não vi este último.