segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Tomasz Kostecki

O nome não deve dizer nada a ninguém. Mas este artista Polaco inspirou-se na história de Portugal para fazer uma das suas exposições.

Os seus quadros enaltecem as viagens de novos mundos realizadas pelos Portugueses na época dos descobrimentos. Podemos ver cenas da Índia, Japão, Indochina, Brasil e África bem como heróis como o Infante D.Henrique, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães.

Vale a pena ver também o resto das suas colecções. Disponíveis em: http://www.kostecki.de

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Contagiarte - Porto

O Contagiarte - Contas, para os amigos - é um espaço alternativo que concentra diversas formas de expressão artística: a música (nas suas mais variadas vertentes), a dança, a literatura, o teatro, o cinema, a pintura, a fotografia... com concertos, performances, workshops, exposições... Bem no centro da cidade do Porto, ocupa uma casa antiga, estreita, com vários pisos e um jardim nas traseiras. Soalho de madeira, uma escadaria central, tectos trabalhados,... Do exterior, a menos da pintura na parede que anuncia explicitamente CONTAGIARTE, é apenas mais uma das casa no enfiamento da Rua Álvares Cabral (já perto da Praça da República). Mas por trás desse aspecto discreto exterior está todo um mundo de vida artística e cultural...

Os diferentes pisos suportam diferentes espaços onde decorrem, muitas vezes em simultâneo, diferentes espectáculos ou expressões artísticas. E, além da agenda mensal, há também uma espécie de noites temáticas semanais onde cada sonoridade tem o seu dia marcado - o meu destaque vai [claramente!] para a 5a feira ao som das Noites Folk.

A multiculturalidade do espaço origina um fenómeno engraçado que é o cruzamento de interesses. Temos as fotos ou quadros que nos acompanham no percorrer natural dos corredores da entrada para o bar ou até na escadaria apenas a caminho da casa de banho. Mas também alguém que só passou por causa do concerto no primeiro piso, acaba por ir espreitar o som que ecoa da cave. Ou um copo descontraído no bar do piso 0 pode coincidir com um baile no jardim, e até se vai dar um pezinho de dança. Já lá vi poesia, dança contemporânea, jazz, reggae, folk, forró,... concertos, bailes, exposições,... - nem tudo planeado de forma antecipada. É uma casa diferente... com gente diferente, onde se vão descobrindo novos espaços e novos ambientes...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Darwin - Big Idea Big Exhibition


Recomendo muito a visita a este evento. Uma excelente exposição sobre o homem e a sua grande ideia que revolucionou a Ciência e consequentemente mudou o modo como vemos a vida e o mundo, hoje.

Bastante acessível para toda a gente, mesmo para alguém com poucos conhecimentos em biologia, e no entanto, com informação capaz de ainda surpreender os mais informados sobre a área.

É apresentado de um modo agradável. A exposição tem desde textos descritivos, imagens e esquemas bastante intuitivos, manequins de animais, objectos onde o visitante é convidado a mexer, vídeos, cadernos/apontamentos originais de Darwin, etc. O visitante, conforme a sua curiosidade, tanto pode ver a exposição em 20 minutos, como demorar mais de duas horas.

Um defeito que aponto, é a iluminação. Em certas partes da exposição, temos dificuldade em ler ou ver o que nos é apresentado.

Imperdível.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Cantinho de Portugal London

O restaurante de que vos vou falar é o Cantinho de Portugal de Londres. Numa cidade onde o melhor sitio para comer é em casa (devido ao preço e qualidade), é bom saber onde de vez em quando podemos dar por bem entregue o dinheirinho que gastamos na comida. Neste restaurante, não só tem uma excelente cozinha, como a ementa abrange variadas refeições tipicamente portuguesas. O ambiente é bastante agradável e o atendimento bastante rápido e acolhedor. Um fantástico sítio para matar saudades dos petiscos e da hospitalidade portuguesa.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Darkly Dreaming Dexter


Bem, tenho tentado prometer-me a mim mesmo que escreveria aqui mais uma crítica.
Infelizmente tenho andado atrasado nas minhas leituras.
Mas entretanto tenho uma coisa guardada na gaveta à já algum tempo. Vou hoje portanto fazer uma crítica dupla.

Darkly Dreaming Dexter (2003) Amazon:4/5
Dexter IMDB: 9.1/10


Comecei a ver inicialmente esta série que nos faria que pode até suscitar semelhanças entre o Dexter e o Dr. Hannibal Lecter mas em Dexter sentimos uma maior descontracção a observar um serial killer com trabalho, enquadrado na sociedade, com relações familiares (irmã, amigos e namorada)... Faz-nos até pensar em nós próprios, certo?
Dextar foi adoptado em criança por um policia, que reparou que este jovem era diferente. Sem emoções! E com um desejo oculto. Matar. O pai adoptivo ensina-o a mostrar uma falsa aparência, que lhe permite interagir, e da-lhe um código. Matar apenas aqueles que merecem!
O livro "Darkly Dreaming Dexter" é o equivalente televisivo à primeira série de Dexter. Com algumas diferenças leva-nos a querer seguir as duas linhas ténues de leitura, áudio-visual. Em ambos os média, a personagem é o narrador, mostrando a ausência de sentimentos mas tentado manter as aparências, e , no livro, a sua sede é apresentada como uma voz interior, o "Dark passanger", que ele tem que acalmar ou satisfazer.

Tanto o livro como à série são excelentes do meu ponto de vista e tirando as diferenças, provavelmente para manter as audiências étnicas, são bastante semelhantes e nada deixam a desejar um em relação ao outro.

Recomendo vivamente ambos.

L'Herbe Folle no Contagiarte

Ontem a pequena sala do Contagiarte encheu-se para um grande concerto - L'Herbe Folle - muito bom! Eu não os conhecia, ouvira apenas um cheirinho das músicas no site de grupo que me tinha agradado. São franceses e tocam... acústico, alternativo, jazz - com anuncia o MySpace.

Nas guitarras a expressividade, nos baixos a descontração, nos sopros a critividade, nas percussões a energia e em todas as vozes uma alegria contagiante. Todos juntos com um harmonia deliciosa e divertida.

Chama a atenção a baterista que, no meio dos três homens, assume o papel de faz tudo, saltando de instrumento para instrumento, sem nunca descurar a presença da voz - isto salta à vista, face ao papel habitual de vocalista da mulher no meio de um grupo de homens.

Voltando ao concerto... muito, muito bom! Tocaram duas horas para uma plateia comprimida no espaço que absorveu cada momento, não deixando de se manifestar num reflexo natural da entrega divertida e profisional vinda do "palco". "Terminado" o concerto, regressaram para mais duas ou três músicas, com o público já em pé a libertar a vontade de mexer, de dançar, de saltar. Fecharam a capella, com a plateia novamente sentada num respeitoso silêncio a acalmar o espírito e a interiorizar aquilo que foi um grande concerto!





Depois do Maus Hábitos, do Pinguim e do Contagiarte, antes de partirem para Espanha, tocam mais uma vez no Porto: hoje às 23h30 no Microponto [R. Alegria].

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Sérgio Godinho em Águeda

Ouço Sérgio Godinho desde que me lembro! Não foi uma descoberta minha, é uma espécie de herança familiar que fui acolhendo de forma natural e continuando de forma consciente. Mas, para além dos LP's, cassetes e CD'S lá da casa, os concertos são algo que me fui habituando a apreciar. Em palco, SG fala além dos sons e das palavras, fala com as mãos, com os olhos, com o sorriso,... com as rugas. Deixa transparecer a teatralidade das suas letras, com gestos e movimentações dando vida a personagens, envolvendo a melodia, acentuando as diferenças de ritmo e interpretando as diferenças de espírito. É um músico que gosto de ouvir na intimidade dos pequenos concertos ou no meio de uma plateia calorosa.

Em Águeda, no mês passado, a sala do Cine-Teatro S. Pedro estava esgotada e mais gente teria se mais bilhetes houvera - enquanto estive na entrada várias pessoas chegaram ainda à procura de bilhete já inexistente. Lá dentro, já só com alguns lugares no balcão, a distância era grande e a visibilidade reduzida o que fez com que optasse por ver o concerto em pé junto às escadas laterais, que se foram preenchendo de gente. Custou um bocado a aquecer a plateia durante as primeiras músicas, mas a coisa compôs-se e ao meu lado começaram-se também a ouvir os refrões e as palmas nos momentos mais dinâmicos. À minha frente gritavam-se ainda algumas palavras de ordem de outros tempos (ou não!) - inevitável em concertos desta geração.

Sérgio Godinho apresenta os seus espectáculos mais recentes na mesma linha do Nove e meia no Maria Matos - o CD ao vivo que resultou de uma série de concertos no teatro da capital há uns tempos atrás. Assim, ouviram-se alguns clássicos, como Com um brilhozinho nos olhos ou Primeiro dia, apresentaram-se as canções recentes, como Às vezes o amor ou Marcha centopeia, recuperaram-se velhos temas com novas vestes, como Dias úteis ou Arranja-me um emprego, e do público pedia-se aquele ou o outro tema deixado para trás... ao meu lado gritava-se, em vão, Domingo no mundo e Cão raivoso.

Deixo-vos com É tão bom - canção d'Os Amigos do Gaspar, recuperada para os concertos há dois ou três anos, perante inesperados pedidos do público.




O próximo concerto é já no sábado em Almada e seguem-se (durante mais três meses) Lousada, Lagoa, Sesimbra, Arcos de Valdevez, Guimarães e Vagos.